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O Laço Que Nos Une
Eu sempre lembro como conheci meus amigos. Não sei se todo mundo é assim, mas eu guardo essas cenas como se fossem fotografias.
E a mais importante delas nasceu quando eu tinha sete anos — quando conheci o guri que virou meu irmão de outra mãe.
A maioria das minhas amizades… bom, eu nem falo mais com elas. Tem gente que não vejo há anos, outras desapareceram sem aviso. Mas essa amizade específica, essa que atravessou décadas, sempre voltou inteira. A gente passa anos sem se falar e, quando reencontra, é como se não tivesse passado uma tarde sequer. Loucura, né?
Ao longo da vida, tive dois amigos que pareciam feitos sob medida pra mim: gostos parecidos, histórias parecidas, aquele tipo de afinidade que dá até medo de tão encaixada. E mesmo assim… foram amizades que terminaram feio.
Não por briga aberta, mas por aquele sumiço que te faz pensar que a culpa é tua.
Eu revirei tudo na cabeça procurando onde é que eu tinha errado. Só que nada encaixava — não por arrogância, mas porque realmente não havia erro. Era só a vida deles desmoronando, e eu virei dano colateral.
E aí vem a parte curiosa:
As amizades que ficaram, as que duram anos e anos, têm pouco em comum comigo.
Gostos diferentes, rotinas diferentes, opiniões diferentes.
E mesmo assim… continuam vivas.
Foi aí que me caiu a ficha:
O meu melhor amigo, aquele dos sete anos, não tem quase nada a ver comigo hoje.
A única coisa que realmente dividimos lá no começo era juntar-se todo fim de semana pra jogar PS2.
Simples assim.
Mas ele tá comigo há trocentos anos.
Eu nem sei o aniversário do desgraçado — e ainda assim, o laço é mais forte do que qualquer lista de afinidades.
Esse ano, quando perdi um familiar importante, eu nem pensei em mim. Minha cabeça estava nos meus pais, no peso que eles estavam carregando. E aí, do nada, o meu irmão apareceu.
Não perguntou nada.
Não falou nada grandioso.
Ele só tava lá.
E isso simplificou a dor de um jeito que eu nem sei explicar.
Tem presenças que fazem mais do que mil palavras.
Eu amo esse cara, do jeito de amigo, claro — mas amo mesmo.
E talvez o ponto todo desse texto seja esse:
Amizade não é sobre ter tudo em comum.
É sobre ter alguém que fica, mesmo quando a vida te arranca pedaços.
Amizade é confusa.
É incrível.
Às vezes dói, às vezes salva.
E às vezes a gente se perde tentando entender ela — que nem me perdi tentando escrever isso aqui.
Mas, se algo aprendi esse ano, é isso:
quando tu percebe que a amizade virou uma via de mão única… larga.
Insistir nisso é desperdiçar um pedaço da tua vida.
E agora, falando nisso, fiquei com saudade do meu irmão.
Deve ter me mandado outro meme tosco no Instagram.
Provavelmente do South America Memes.
E eu vou rir — porque certas coisas nunca mudam.
— TheMinuMaster
Eu sempre lembro como conheci meus amigos. Não sei se todo mundo é assim, mas eu guardo essas cenas como se fossem fotografias.
E a mais importante delas nasceu quando eu tinha sete anos — quando conheci o guri que virou meu irmão de outra mãe.
A maioria das minhas amizades… bom, eu nem falo mais com elas. Tem gente que não vejo há anos, outras desapareceram sem aviso. Mas essa amizade específica, essa que atravessou décadas, sempre voltou inteira. A gente passa anos sem se falar e, quando reencontra, é como se não tivesse passado uma tarde sequer. Loucura, né?
Ao longo da vida, tive dois amigos que pareciam feitos sob medida pra mim: gostos parecidos, histórias parecidas, aquele tipo de afinidade que dá até medo de tão encaixada. E mesmo assim… foram amizades que terminaram feio.
Não por briga aberta, mas por aquele sumiço que te faz pensar que a culpa é tua.
Eu revirei tudo na cabeça procurando onde é que eu tinha errado. Só que nada encaixava — não por arrogância, mas porque realmente não havia erro. Era só a vida deles desmoronando, e eu virei dano colateral.
E aí vem a parte curiosa:
As amizades que ficaram, as que duram anos e anos, têm pouco em comum comigo.
Gostos diferentes, rotinas diferentes, opiniões diferentes.
E mesmo assim… continuam vivas.
Foi aí que me caiu a ficha:
O meu melhor amigo, aquele dos sete anos, não tem quase nada a ver comigo hoje.
A única coisa que realmente dividimos lá no começo era juntar-se todo fim de semana pra jogar PS2.
Simples assim.
Mas ele tá comigo há trocentos anos.
Eu nem sei o aniversário do desgraçado — e ainda assim, o laço é mais forte do que qualquer lista de afinidades.
Esse ano, quando perdi um familiar importante, eu nem pensei em mim. Minha cabeça estava nos meus pais, no peso que eles estavam carregando. E aí, do nada, o meu irmão apareceu.
Não perguntou nada.
Não falou nada grandioso.
Ele só tava lá.
E isso simplificou a dor de um jeito que eu nem sei explicar.
Tem presenças que fazem mais do que mil palavras.
Eu amo esse cara, do jeito de amigo, claro — mas amo mesmo.
E talvez o ponto todo desse texto seja esse:
Amizade não é sobre ter tudo em comum.
É sobre ter alguém que fica, mesmo quando a vida te arranca pedaços.
Amizade é confusa.
É incrível.
Às vezes dói, às vezes salva.
E às vezes a gente se perde tentando entender ela — que nem me perdi tentando escrever isso aqui.
Mas, se algo aprendi esse ano, é isso:
quando tu percebe que a amizade virou uma via de mão única… larga.
Insistir nisso é desperdiçar um pedaço da tua vida.
E agora, falando nisso, fiquei com saudade do meu irmão.
Deve ter me mandado outro meme tosco no Instagram.
Provavelmente do South America Memes.
E eu vou rir — porque certas coisas nunca mudam.
— TheMinuMaster