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Dezembro da Nostalgia
Postado por TheMinuMaster - direto do canto da casa, com a luz baixinha, vento na janela e o coração pendurado nas luzes de Natal.
Dezembro sempre teve um cheiro próprio pra mim. É um mês que parece andar mais devagar, como se o mundo inteiro respirasse mais fundo. Casa cheia ou quase, mesa farta, pais tranquilos, risadas dos parentes quando a família se junta… e eu ali, quieto, fazendo o que sempre fiz: voltando pros lugares que nunca me deixaram.
Nunca começo nada novo nessa época. Novembro é o prazo final dos jogos pendentes, quase uma regra que criei sem perceber. Quando o calendário vira pro último mês, sinto como se alguma coisa dentro de mim dissesse: "agora volta, guri, volta pra casa".
Porque dezembro é isso. Paz. Mudança. Memória. Uma espécie de porto seguro antes do ano virar.

Quando a noite cai, desligo a luz da peça e deixo só as luzes natalinas piscando, refletindo nas paredes. O vento entra pela janela, trazendo aquele clima úmido de verão que só o sul conhece. Eu sento, controle na mão, e é como se o tempo dobrasse pra trás.
E aí começam algumas das minhas viagens de volta:
- Demon’s Souls, com aquela sensação gostosa de perambular pelo Nexus.
- Persona 4, aquele abraço quente em forma de jogo.
- Half-Life, lembrança viva da primeira vez que senti que estava dentro do monitor.
- GTA San Andreas, a liberdade de andar nas estradas.
- Oblivion, onde cada conversa é uma aventura nova.
- Ocarina of Time, o jogo que sempre parece que estou jogando pela primeira vez.
- Silent Hill, aquele silêncio estranho e ansioso que só combina com dezembro.
- God of War 2, que tem gosto de verão e ventilador rodando no alto, zunindo no ouvido.
Mas tem um ritual que nunca falha: Plants vs. Zombies. Todo começo e todo fim de ano ele está lá. Primeiro e último jogo que toco, como se fosse meu calendário pessoal, meu jeito de abrir e fechar o ciclo.
Engraçado como certos jogos se tornam mais que jogos. São lugares. São casas. São memórias guardadas em bits. Voltar pra eles em dezembro é como revisitar a cidade natal depois de muito tempo longe: tu sabe onde é cada curva, cada música, cada luzinha piscando.
Lembro de eu pequeno, limpando DVD com a barra da camiseta, torcendo pro console pegar de primeira. Lembro do barulho da casa, das panelas no fogão, dos parentes conversando, e eu ali, num canto, abrindo mão de qualquer novidade pra me perder mais uma vez nos mesmos mundos.
E talvez seja isso que eu busque todo dezembro: não novidade, mas pertencimento. Um jeito de lembrar quem eu fui, quem eu sou e quem eu sigo sendo.
E fico pensando… será que só eu faço isso? Será que cada vivente aí tem seus próprios “jogos de dezembro”, aqueles que voltam sempre, sem pedir licença, e te abraçam como se o tempo não tivesse passado?
Se tiver, me conta. Acho bonito ver onde cada um repousa o coração quando o ano termina.
Se tu leu até aqui, espero que tenha sentido um pouco da mesma nostalgia que eu senti escrevendo isso.
Valeu, tchê!

Imagens legais que peguei no Pinterest:










TheMinuMaster 
Luzes | Natal | Paz
Divirta-se.
