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Até onde irão as mídias físicas?
Postado por TheMinuMaster - direto do fundo da grota, tomando um mate e lembrando dos tempos de DVD novo na loja do tiozinho.
Imagina a cena: tu mora no fundo da grota.
É dia de DVD e CD novo na loja do tiozinho do centro.
Tu vai pra lá depois da aula, com dez pila no bolso e a alma cheia de expectativa.

Chegando lá, nada de novo na área de jogos do PS2, nem nas músicas...
Mas eis que aparece um CD do U2 com uma capa que tu ainda não tinha.
Menos três pila.
E lá se vai mais um pedaço do bolso e do coração.
Tu segue pros filmes e lá está ele: Transformers 3.
Puxa vida, não tem como deixar pra trás.
Leva duas cópias, afinal, nada melhor que garantir a chance de pelo menos um rodar direito.
Chega em casa, testa os dois: o primeiro funciona, o segundo não.
No outro dia, tu volta pra trocar, coisa simples.

Mas o filme? Incrível.
E por que contei tudo isso?
Simples: pra te colocar na vibe do assunto.

Meu primeiro contato com mídia física foi com DVD.
Aquilo me marcou demais.
Lembro de limpar os discos com vapor da boca e passar na camiseta antes de colocar no console.
Quase sempre funcionava.
Mas era mágico.
Tenho uma coleção pequena de jogos de PS3, mas um dia ainda quero ter uma biblioteca cheia de DVDs, Blu-rays e CDs, que são minhas mídias favoritas.

Curiosamente, meu maior contato foi com mídias piratas, tanto de jogos quanto de filmes.
E, falando dos jogos originais, era fascinante abrir as caixinhas, ver os manuais, as artes, os papéis extras.
Muito do que aprendi de Street Fighter veio justamente de um manual do Street Fighter IV de PS3, com a lista de golpes e tudo.
Mas a partir da geração do PS4, isso começou a morrer.
Veio o tempo das caixinhas vazias, só um disco e um papelzinho dentro.
Escrevendo isso, lembrei de uma coisa: apesar de eu gostar muito de ouvir música, tenho uma paixão ainda maior por ver as músicas.
Talvez porque, quando eu era guri, via tudo em DVDs.
E com o U2, minha banda favorita, é quase terapêutico assistir os videoclipes no YouTube até hoje.

O problema é que hoje quase nenhuma banda lança mais mídias físicas.
Nem os filmes.
E quando lançam, dificilmente chegam ao Brasil.
Importar qualquer coisa virou um luxo com tanto imposto em cima.
Nos últimos dez anos, a mídia física foi sumindo.
Mas nunca deixou de estar no coração de quem viveu isso.
Afinal, ainda é mais barata e mais confiável que o streaming.
Porque, me diz, como é que eu vou ver um filme que não tá em nenhum catálogo?
E mesmo que esteja, tenho que pagar mais de cinquenta pila pra ver sem anúncio.
No fim das contas, o Torrent é que continua salvando o povo.

Se eu pudesse, teria várias estantes cheias de DVDs, CDs e Blu-rays.
E um dia vou ter.
O dia que eu completar todas as temporadas de Dr. House, vou rir bastante.

Não acredito que a mídia física vai acabar.
Pelo contrário.
Com os preços subindo e os serviços digitais cada vez piores, a volta da mídia física e da pirataria é inevitável.
E talvez, no fim das contas, volte a ser a principal forma de acesso à cultura.
Se tu leu até aqui, espero que tenha sentido um pouco da mesma nostalgia que eu senti escrevendo isso.
Valeu, tchê!

Imagens usadas apenas para nostalgia e ilustração que peguei no Pinterest:
TheMinuMaster 
PS3 | DVD | Torrents
A vida é 4:3, o resto é esticado.
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